quinta-feira, 22 de junho de 2017

A Assexualidade Não é Um Transtorno Mental

A assexualidade OFICIALMENTE não é um transtorno, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria.

Crédito da foto: Flickr usuário trollhair

As imagens que aparecerão abaixo são do DSM-5, que é a última edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria. O DSM-5 é um livro realmente importante. É usado por médicos e prestadores de cuidados de saúde mental em todo o mundo para diagnosticar distúrbios mentais.

O DSM-5 explicitamente e claramente reconhece a assexualidade e diz que, se uma pessoa é assexual, não deve ser diagnosticada com 
Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminina ou Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo.

Este livro reafirma que você, assexual, é válido, seus sentimentos são reais e que você não tem um transtorno por se sentir assim.

Qualquer um que reivindique o contrário está errado.
Eles não sabem do que estão falando. Você pode apontá-los neste livro como prova de que eles estão errados.


Em junho de 2008, David Jay, fundador da AVEN (a maior e mais conhecida comunidade assexual do mundo), se encontrou com Mara Keisling, Diretora Executiva do Centro Nacional de Igualdade de Transgêneros, que sugeriu que a comunidade assexual considerasse a ideia de entrar em contato com o comitê do DSM-V, discutindo mudanças na seção de Transtornos Sexuais. Jay recrutou o Mandrewliter(que faz parte da Equipe de Projeto AVEN) e, mais tarde, um pequeno grupo de membros da AVEN para ajudar a promover o diálogo com o grupo de trabalho de disfunção sexual do DSM, na esperança de alterar a definição de Transtorno de Desejo Hipossexual para ser mais complacente com a assexualidade como orientação.

Em 2013, o DSM-5 foi publicado. O Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminina e o Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo, permanecem listados como distúrbios sexuais, mas seus critérios excluem indivíduos que se autoidentificam como assexuais.

Na pagina 434 , na seção sobre Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminina no final de "Características Diagnósticas", lê:


Nos casos em que a falta de desejo sexual ao longo da vida for mais bem explicada pela identificação por parte da própria mulher como “assexual”, não se aplica o diagnóstico de transtorno do interesse/excitação sexual feminino.





Na pagina 443 , na seção sobre Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo no final do "Diagnóstico Diferencial", lê:

Se o próprio homem identifica a si mesmo como assexual, o diagnóstico de transtorno do desejo sexual masculino hipoativo não é feito.




Mas isto infelizmente não é o suficiente... 

Há problemas com o DSM-5.

  • "Citações assustadoras": um dos problemas mais notáveis ​​é que, na seção para  Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminina, a palavra assexual está entre aspas. Isso tem o efeito colateral involuntário de deslegitimizar a assexualidade nas mentes do leitor. Eles podem ver a assexualidade como uma coisa real, mas têm mais dúvidas sobre a "assexualidade".

  • Autoidentificação: conforme escrito, a exclusão do diagnóstico exige que o paciente diga "Sou assexual" para que seja aplicada. Isso é bom para aqueles de nós que sabemos quem somos, mas e os que não o sabem? Você não pode se autoidentificar como assexual se você nunca ouviu falar de assexualidade. E há centenas de milhares, senão milhões, de pessoas lá fora que estão nessa situação. Eu pessoalmente ouvi histórias de pessoas que passaram por "tratamento" para o Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo. Não funcionou e isso os tornavam miseráveis. Só depois descobriram que eram assexuais. A autoidentificação só funciona quando há uma consciência generalizada. Os psiquiatras precisam ser proativos em relação a isso. 

  • Sofrimento clinicamente significativo: parte dos critérios de diagnósticos para esses distúrbios é que deve haver um "sofrimento clinicamente significativa". Mas... (como acontece habitualmente) ser informado de que você está quebrado(tem algum problema), simplesmente por não sentir atração sexual, pode causar um "sofrimento clinicamente significativo". Perguntar porquê você é tão diferente de todos os outros pode causar um "sofrimento clinicamente significativo". Ser empurrado para consertar algo quando não há nada errado, pode causar um "sofrimento clinicamente significativo". Nenhum desses sinais são sinais de que você possui um transtorno, são sinais de que o mundo ao seu redor que tem um transtorno.
Mais uma coisa…

Gostaria de deixar claro que não estou dizendo que "Somos válidos porque estamos neste livro". Estamos neste livro porque somos válidos!


Para uma história mais extensa de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo(TDSH) no Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtorno Mental (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), clique aqui e veja essa publicação em inglês feita em março de 2009 sobre Explorações Assexuais.


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Fontes/Referências:

➧ http://www.asexualityarchive.com/asexuality-in-the-dsm-5
➧ http://wiki.asexuality.org/Asexual_history#Development_of_asexual_symbols
➧  Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-V)


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